Conversamos com a DJ Romena Ellie Mary logo após o lançamento de sua nova track ‘Bitch Better Have My Money’
Ellie Mary é uma DJ nascida e criada na Romênia. Começando sua jornada no início de 2017 e tocando em vários clubs em seu país de origem, Ellie continuou lançando singles e se apresentando no Untold Festival em 2018, como convidada da Kiss FM Romania e foi a primeira DJ a tocar na estreia do projeto the Booth no canal da DJane Mag no YouTube. Sua transição para a cena Tech House começou logo depois, o que marcou o início de uma jornada única e sólida. Sempre entregando batidas picantes e se destacando por suas vibrações refrescantes, Ellie Mary é uma artista promissora, que está pronta para deixar sua marca na cena eletrônica mundial enquanto escreve uma história inspiradora e empoderadora.
Ellie falou um pouco sobre suas inspirações para o processo criativo de seu recente lançamento “Bitch Better Have My Money”, sobre a cena DJ feminina na Romênia, crescendo como pessoa e artista e muito mais. Confira abaixo a entrevista exclusiva.
Primeiro, conte-nos um pouco da história por trás da sua última faixa ‘Bitch Better Have My Money’ e sua inspiração e criação?
‘Bitch Better Have My Money’ é extremamente especial para mim! Quando eu comecei, eu era uma versão muito diferente de mim mesma. Minha música, minha vida e minha mentalidade eram totalmente diferentes. Desde então, meu som passou por esse processo que me ajudou a me reinventar e finalmente poder dizer que ‘esta sou eu, é isso que eu faço e como estou fazendo’ – então esta faixa marca exatamente isso: um novo capítulo esperando para se desenrolar. É seguro dizer que as mulheres poderosas que venho admirando ao longo dos anos influenciaram minha escolha e meu processo criativo.
Você pode nos contar um pouco sobre seu passado. Você é da Romênia, foi aí que você começou na música eletrônica?
Sim! Lembro-me da minha primeira experiência num festival e de como era pura a alegria de descobrir a música eletrônica. O espanto, a energia, as emoções avassaladoras… entrei na música eletrônica graças ao Skrillex e ao Avicii (que tive a honra de ver atuar) e desde então não consegui largar este amor.
Carl Cox, David Guetta, Tiesto, Steve Aoki… Como você se sente sendo uma mulher em um mundo de homens? Prós e contras?
Pode ser difícil às vezes, porque tende a haver muita comparação, quando há espaço para todos vencerem e brilharem. Para mim, o que realmente importa é a música e o que você consegue fazer as pessoas sentirem através da sua arte. Sim, é verdade, às vezes você é negligenciada, rejeitada ou tratada de forma diferente porque você é uma mulher e não falamos sobre isso o suficiente – mas eu sempre encorajarei outras mulheres a não se sentirem intimidadas e continuarem perseguindo seus sonhos.
Você enfrentou o sexismo em sua carreira de DJ?
Infelizmente, eu fiz e ainda faço todos os dias. Quando você se coloca lá fora como uma mulher, eles observarão cada movimento seu e virão atrás de você. É triste que sempre tenhamos que nos preparar mentalmente para sermos criticadas ou rotuladas, mas acredito fortemente que essa narrativa mudará eventualmente porque a quantidade insana de talento feminino na cena é inegável.
Qual é a coisa mais desafiadora na sua carreira? Qual é o mais gratificante?
Acredite ou não, todas nós duvidamos de nós mesmas às vezes. Especialmente nesta indústria, você tende a se comparar com os outros, ser muito dura consigo mesma ou colocar pressão desnecessária por causa de padrões sociais ou qualquer outra coisa – o que é desafiador. Mas, no final das contas, meus apoiadores são a razão pela qual me mantenho na ativa e eles são a maior recompensa.
Existem muitas DJs mulheres no seu país?
A cena romena precisa absolutamente de mais mulheres! Como você disse, este é o mundo de um homem. Eu realmente espero que tenhamos o privilégio de ver mais mulheres romenas em grandes escalações no futuro!
Qual mulher da cena DJ você admira e por quê?
Seria uma longa lista! Chelina Manuhutu e Sam Divine são definitivamente dois dos nomes nela. Sua ética de trabalho, presença e energia são de outro mundo. Impossível não ser fã!
Há algo novo na cena que é obrigatório para DJs na Romênia?
Não necessariamente algo novo, mas acho que a autenticidade é fundamental. Não ter medo de ter seu próprio estilo, fazer as coisas do seu jeito e sair da sua zona de conforto. Pegar sua própria onda é o que vai te tornar especial.
O que as pessoas devem saber sobre a cena eletrônica em sua terra natal?
Eu diria que os últimos anos definitivamente foram incríveis para a cena e estou animada para onde estamos indo!
Seu gênero é tech house, correto? O que você acha mais atraente no gênero escolhido?
A liberdade de fazer parte da cena tech house é linda! Na verdade, parece um lugar seguro. As pessoas vão apreciá-lo por ser você mesma e por deixar sua própria marca, fazendo suas próprias coisas. Não parece assustador – você se sente empoderada! E isso é extremamente importante para um artista.
Quais são suas influências musicais?
Eu fui crescendo cercada por hip-hop, pop e RnB, o que definitivamente aparecerá em meus futuros lançamentos também. Até hoje, encontro minha inspiração principalmente na velha escola hip-hop/pop e definitivamente vou compartilhar mais desse meu lado.
Como você prepara seus sets?
Uma coisa sobre mim: eu nunca planejo meus sets. Para mim, simplesmente não poderia funcionar. Como DJ, minha prioridade é entregar o que as pessoas precisam, QUANDO elas precisam. É essencial prestar atenção à forma como a multidão está reagindo e sentindo. Você nunca pode saber o que está vindo em sua direção, a energia das pessoas é imprevisível, então eu sempre deixo me ‘guiar’ pelo meu set e tenho 200% de certeza de que seguirei esse princípio.
Durante a pandemia, seus vídeos do Instagram Reels foram (e ainda são) um grande sucesso! No Brasil, além dos muitos fãs que você vem conquistando, muitos DJs se inspiram no seu trabalho. Você tem uma mensagem para seus seguidores brasileiros?
Estou extremamente feliz e grata por meu conteúdo ter alcançado um público tão grande, é uma sensação surreal! O apoio nunca passa despercebido e espero sinceramente que em breve possamos dançar juntos no Brasil!
No final de 2021, você estreou no Reino Unido tocando nos clubs Troxy London e Foreverland. Conte-nos um pouco mais sobre essa experiência.
Isso mesmo! Foi uma experiência incrível! Definitivamente um tipo de ‘lista de balde’. Londres tem um lugar muito especial no meu coração, me sinto em casa! As pessoas por trás do Foreverland são tão trabalhadoras, talentosas e solidárias e foi tão legal finalmente conhecê-los e trabalhar nossa mágica juntos. Mal posso esperar para voltar!
Quais são seus planos de lançamento para 2022?
Estou trabalhando em novas músicas enquanto falamos e estou muito animada para compartilhá-las com o mundo! ‘Bitch Better Have My Money’ é apenas uma amostra do que esperar de mim no futuro. Vai ser um grande ano!
Alguma outra palavra para os fãs? O que podemos esperar de você para o resto do ano e entrando em 2022?
Sou muito grata por cada um dos meus fãs, nossa comunidade cresceu muito e estou aqui hoje graças ao apoio e amor contínuos deles. 2022 é tudo sobre música nova, projetos emocionantes e outras surpresas! Eles vão ter que ficar de olho nas minhas redes sociais, eles vão ouvir lá primeiro. 😉
Que conselho você daria ao seu “eu” do passado?
Essa é uma ótima pergunta! Eu teria muito a dizer ao meu eu passado, mas mais do que tudo, gostaria de dizer a ela para não ouvir o barulho externo e manter o foco sendo fiel a si mesma, porque ela vai conseguir apesar de tudo e de todos que tentaram fazê-la pensar que ela não conseguiria. Para quem precisa ouvir isso, nunca desista do que faz a sua alma feliz! Você é bom o suficiente!
Ouça abaixo Ellie Mary ‘Bitch Better Have My Money‘.
