As DJs falam com exclusividade à DJane Mag Brasil sobre nova collab e o processo de produção do novo single ‘Brave‘!
Agitando o cenário eletrônico brasileiro, temos uma colaboração de peso. Estamos falando de toda a sintonia entre Devochka e Daphne, trazendo o bass house com toda a vibe e sonoridade das artistas na faixa batizada de “Brave”, recém lançada através da Demmi Records.
O single aponta um novo horizonte para o brasileiro e para a cena, pois as produtoras e DJanes são uma das pouquíssimas mulheres que hoje tocam bass house. Trata-se de mais uma amostra da versatilidade da dupla e eleva o perfil da música eletrônica brasileira para outro patamar. A track chega para chamar a atenção de todos com relação à inserção ainda tão desequilibrada dos talentos femininos no ambiente eletrônico e deixa visível a bravura da Devochka e da Daphne, além, claro, das suas antecessoras e sucessoras.
Devochka e Daphne abriram todos os detalhes e bastidores da música e da parceria, com exclusividade para a DJane Mag Brasil, e vocês conferem tudo agora:
O mercado da música eletrônica é composto majoritariamente por homens e a letra de “Brave” enfatiza a coragem das mulheres. A ideia de vocês sempre foi trazer versos conscientes para a música? Como se deu a construção da lírica?
Devochka e Daphne — No começo a composição de “Brave” foi mais uma mensagem para nós mesmas. Algo que gostaríamos de ouvir das outras pessoas. Temos certeza que muitas mulheres DJs passam pelo que passamos, e até mesmo homens, porque é um mercado difícil para todos. Então, finalizamos a track pensando em repassar essa mensagem adiante. É difícil ter o reconhecimento das outras pessoas se você mesma não reconhece seu mérito. Por isso, esperamos que, ao ouvir “Brave”, as pessoas se sintam abraçadas, e que ao cantar a música reconheçam sua própria trajetória.
A dupla é extremamente maravilhosa, todos sabemos disso, mas e para vocês? Como vocês se sentem sabendo que uma conexão tão natural, trouxe uma sonoridade tão rara e bem aceita pelas pistas?
Devochka e Daphne — Não existe nada mais gratificante do que fazer música seguindo a única métrica que deveria existir: a conexão. Vemos colaborações sendo feitas para suprir números ou desejo de outras pessoas, quando para nós a colaboração não é isso. Tudo que você imprimir na música, as pessoas vão sentir, principalmente nas pistas. Um artista pode apenas somar stems à música de outro ou pode somar sua vibe e criar uma experiência. Por isso é tão importante a boa relação entre os artistas e o respeito para ouvir e acreditar nas ideias do outro, por mais diferentes ou inovadoras que sejam. Quando nos juntamos para apresentar “Brave” ao vivo, envolve uma confiança no trabalho uma da outra, e a paixão que temos pela música é o que o público procura quando sai de casa. Se você não estiver 100% satisfeita com sua música, o público também não estará com sua apresentação.
Vocês são umas das pouquíssimas mulheres que hoje tocam Bass House, como vocês enxergam o futuro do gênero, no Brasil e no mundo, principalmente para as DJanes?
Devochka e Daphne — O bass house já é uma vertente extremamente presente na produção de outras como g-house, future house, slap house e principalmente os novos tech house que estão vindo. Assim como as demais, ele segue tendo modificações na sua sonoridade, e muitas vezes está presente em vários sets sem que os artistas saibam. É uma vertente difícil de se trabalhar no Brasil se seguirmos a raiz dela, por ter a influência europeia de uma linha mais reta e agressiva na produção, mas tem ganhado destaque aos poucos desde o estouro da música “Move your body”, que é um bass house modernizado e mais leve digamos. Acreditamos que crescerá, sim, por vermos uma diferença absurda na atmosfera da pista quando tocamos, mas nossa meta não é torná-lo popular, e sim apresentar uma sonoridade que tem nos representado e que é diferente do que o público brasileiro é acostumado.
Sabemos que vocês se conheceram durante a pandemia e que a sinergia foi instantânea, então, para finalizar, a pergunta que não quer calar é: Podemos esperar mais alguma novidade da dupla vindo por aí?
Devochka e Daphne — Por sermos duas dos poucos trabalhando esse gênero no Brasil e pela experiência de trabalhar juntas ter sido tão boa, acreditamos que sim, mas nada definido ainda. Em relação a colaborações, queremos que flua sempre de forma natural. Temos trabalhado cada vez mais performances live de “Brave” em conjunto, e é sempre uma surpresa para o público! Já vimos b2b femininos, mas live de duas mulheres não é comum, e o público tem recebido muito bem. Quem sabe uma hora dessas não apareça mais uma música no set juntas além de “Brave”!
Confira abaixo, “Brave”, já disponível nas principais plataformas de streaming.
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