Talento ascendente no afro house, Beka Episcopo fala sobre collab com Natema e Kreisler e trajetória

Sampleando o lendário Dorival Caymmi, "Lerê" foi lançada pela Transa Records na última sexta-feira; artista terá release pela Nature, de Curol, até o fim do ano

Cada vez mais destacada no cenário afro house/latin house, a DJ, produtora e cantora Beka Episcopo tem encantado milhares com seus sets coesos, produções de alto nível e sua voz única, que funciona como um instrumento de conexão de diferentes culturas, tradições e idiomas.

Residente da Pure Ibiza Radio aos domingos, integrante do duo Saevus et Mitis, com Ramony Farias, participante de B2Bs ao lado de nomes como o astro francês Dimitri Nakov e criadora de sucessos como “Burumtu” (Across The Time, janeiro/2023), que alcançou o Top 20 de afro house no Beatport, a artista ítalo-brasileira baseada em Portugal lançou um single e tanto na última sexta-feira (18).

Fruto de collab com Natema e Kreisler, “Lerê” (Transa Records) é uma produção vibrante, envolvente, colorida e percussiva, com direito a homenagem ao lendário cantor e poeta brasileiro Dorival Caymmi, já que utiliza samples de sua canção “Retirantes (Vida de Negro)”, que foi, inclusive, trilha sonora da novela “Escrava Isaura”, de 1976.

Tendo o release como gancho, batemos um papo com Beka sobre sua trajetória. Confira:

Beka, como surgiu a ideia de samplear Dorival Caymmi ao lado de Natema e Kreisler?

Eu escutava a original nas reprises das novelas e acha incrível a voz de Dorival Caymmi e a originalidade na fusão da nossa ancestralidade. Ter os parceiros Natema e Kreisler para finalizar a track foi o que deu mais power no meu projeto.

E como foi o processo de produção de “Lerê”?

Foi uma verdadeira exploração de sons e sensações. O mix cuidadoso entre os ritmos envolventes do house, a pulsante percussão e os elementos orgânicos se fundiram de forma harmoniosa. A adição estratégica de sintetizadores trouxe uma camada de profundidade, enquanto o groove inegável permeou cada nota.

O segredo era se entregar às raízes ancestrais da sonoridade, permitindo que os ritmos fluíssem naturalmente.

Como você enxerga o resultado final da obra?

O resultado é uma composição que não apenas cativa os ouvidos, mas também evoca uma sensação de conexão com a essência da música. Cada batida foi cuidadosamente escolhida para guiar os ouvintes por uma jornada sonora envolvente, onde o passado e o presente dançam em perfeita sintonia.

O que você considera que torna a sua música diferente?

Idioma, cultura, ritmo e percussão. Uso o yorubá como idioma para poder criar uma conexão profunda com a cultura e a história afro. Quero ressoar fortemente com pessoas que compartilham essa herança cultural ou que estão interessadas em aprender mais sobre ela.

A minha música tem ritmos complexos e ricos padrões de percussão que são característicos da cultura e tradições musicais africanas e afro-latina. Esses elementos fazem uma textura única e um ritmo contagiante de ancestralidade.

Além disso, sou muito eclética. Me inspiro em nomes que vão de Erykah Badu e Cesária Évora a Black Coffee.

Você também tem planos para relançar “Wish U Were Here”, que originalmente havia saído em janeiro, de forma independente, e agora vai chegar pela Nature, selo de Curol. Por que vocês optaram por esse relançamento?

Pois com a label da Curol, foi mesmo uma tentativa de dar mais rumo e equivalência à track. Ela curtiu demais e eu fiquei super feliz de estar em uma label brasileira com tanta ascensão no meu nicho musical.

“Wish U Were Here” é originalmente uma música do grupo dinamarquês Bliss, de 2001. O que te levou a querer recriá-la?

Quando vivi em Bali, na Indonésia, era a música que mais escutava nos lounges dos beach clubs, e me dava uma certa nostalgia. O Bliss me lembra de momentos de resiliência e muita força.

Tanto em “Lerê” quanto em “Wish U Were Here”, estamos falando da utilização de obras pré-existentes. Como foram os processos de liberação dos direitos autorais?

A “Lerê” é uma regravação, e nós usamos um fragmento de dois segundos para homenagear o grande cantor e compositor Dorival Caymmi. A “Wish U Were Here” foi lançada, em um primeiro momento, sem fins lucrativos, e por isso, optei fazer pela plataforma DistroKid.

Agora indo para a Nature, estamos no caminho final dos ajustes para o lançamento até o fim deste ano. Queremos tocá-la nas pistas no verão brasileiro.

Você nasceu em Dourados/MS e agora mora em Cascais, região litorânea a oeste de Lisboa, em Portugal. Como foi esse caminho, e como é a cena eletrônica da sua região?

Nasci em Dourados, no Mato Grosso do Sul, minha infância foi em São Paulo e logo depois segui para a Europa. É uma honra ter a oportunidade de contribuir para a rica cena eletrônica em várias partes do mundo, como Dubai, Paris, Brasil e Ibiza.

A cena de Cascais é verdadeiramente vibrante e diversificada. Ao colaborar com artistas locais, participar de eventos temáticos e me manter atualizada com as tendências, consigo contribuir no contínuo crescimento da cena portuguesa, que se destaca por uma mistura única de estilos e uma base de fãs apaixonada.

Estou muito animada com o futuro da música eletrônica no país e grata por fazer parte desse movimento empolgante.

Quais foram os momentos mais marcantes na sua carreira?

Entre todas as experiências incríveis que tive, algumas se destacam de forma especial. Organizar o Yemanjá Fest em Arraial D’Ajuda, na Bahia, foi um daqueles momentos que realmente tocam o coração.

O lançamento de “Burumtu” foi um marco significativo. Ver essa faixa ser bem recebida e apoiada pelo público foi um momento de validação e realização. Da mesma forma, sentir o apoio e a aceitação das minhas novas músicas, como “Lerê”, pela Transa, e “Wish U Were Here”, com a Curol, trouxe uma sensação de gratificação pelo meu trabalho e dedicação.

A gravação do meu EP “Salima” e sua subsequente aceitação pelo público, chegando ao Top 100 do Beatport em 40º lugar, foi uma conquista que me encheu de orgulho. Além disso, dividir o palco em um B2B com Dimitri Nakov em Londres e estender essa experiência até Ibiza foi uma oportunidade fantástica.

E claro, não posso deixar de mencionar a conquista de um espaço como residente da Pure Ibiza Radio, todos os domingos às 21h. Essa posição me permite compartilhar minha paixão pela música com uma audiência global e abrir oportunidades para novos produtores, algo que valorizo profundamente.

O que a música significa para você?

Música é amor, é um caminho. Seja qual for o seu gênero, ela te levará sempre ao contato com o criador. Música é cura!

[Via Assessoria de Imprensa]

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