Entenda como cada artista apontada por ela influenciou o panorama sonoro da DJ e produtora carioca
A profundidade musical de um artista inevitavelmente ebule do que o nutre. Quanto mais amplo e mais diverso forem as referências de um artista, é inevitável que não se reflita em sua atuação, seja engrandecendo sua carga musical ou referencial. Com a DJ e produtora carioca B4RBRA não é diferente.
Prestes a completar dois anos aventurando-se pela música eletrônica alternativa nacional e internacional, a produtora se prepara para pavimentar mais um vigoroso trecho de sua trajetória ao assinar o compilado Hidden Stars, a partir de um faixa original e remixes por L_cio e Lutgens, emplacado na Diversall, de Ella De Vuono.
Mas o que nutre a produtora e a habilita, para além da técnica, a dar passos largos rumo à ascensão internacional? A própria artista nos revela de que forma essas forças femininas do techno influenciam em seu complexo panorama musical, confira.
Anna
Ter a Anna como referência é meio óbvio, mas mesmo o óbvio precisa ser reconhecido, até porque nesse caso a obviedade abriu espaço para uma admiração mais profunda com o passar do tempo. Se no início o que chamou atenção foi o fato de ser uma artista mulher brasileira com seu merecido reconhecimento na cena nacional e internacional, depois de pesquisar, estudar e amadurecer, veio a admiração pela produtora, pela técnica e pelo ser humano sensível que a Anna é. Uma referência enquanto artista e enquanto pessoa.
Charlotte de Witte
Depois da Anna, a Charlotte foi a primeira artista mulher de techno que eu descobri, quando comecei a me conectar com o estilo. Lembro de assistir diversas vezes o show dela no Tomorrowland 2018 e prestar atenção em cada detalhe. Da construção do set aos gestos e uso dos efeitos. E fiz essa análise em vários outros sets da Charlotte. Amo a forma como ela estrutura a narrativa do set, como ela traz suas referências, como ela trabalha os efeitos para continuar segurando a atenção do público e, obviamente, também amo suas produções, acompanhadas de conceitos em EPs temáticos. Gosto de pensar na arte como história e a Charlotte faz isso muito bem.
Amelie Lens
Acho que a Amelie evidencia o propósito de deixar os problemas fora da pista de dança e extravasar. É tudo sobre energia. A troca com o público ao longo da apresentação, os sets explosivos, a entrega de corpo e alma e como é importante essa doação do artista no palco para se conectar com o público. E obviamente essa energia também se reflete em suas produções. No final das contas, você tem uma artista coesa de ponta a ponta.
Com o tempo fui conhecendo mais artistas mulheres e passei a admirá-las também. Mas essas três marcam o início da minha relação com o techno e são as que eu mais acompanho o trabalho de perto.
Ao olhar e analisar a história e o trabalho delas, cada uma com suas características, enxerguei uma possibilidade de futuro. É aí que entra a importância da representatividade. Ao conseguir me vislumbrar minimamente em cada uma delas, comecei a nutrir dentro de mim uma esperança de que é possível ser mulher e artista de techno. É possível fazer um bom trabalho e ser reconhecida por isso. É possível. E é essa possibilidade de futuro que me nutre e me dá forças para seguir meu próprio caminho.
B4RBRA está no Instagram e SoundCloud.
[ Via Assessoria de Imprensa ]