A DJ inglesa Rebekah lançou #ForTheMusic esta semana, junto com uma petição online. O objetivo: denunciar o assédio e a agressão sexual na indústria da música e “quebrar o silêncio”
Desde os casos que revelaram agressões sexuais cometidas por Erick Morillo, Derrick May ou Moha La Squale e Romeo Elvis, a cena musical está se intensificando e gradualmente se juntando ao movimento #MeToo.
Para quebrar o silêncio, a DJ inglesa Rebekah criou uma petição no Change.org intitulada “Carta aberta à indústria da dance music à luz de alegações de agressão sexual e estupro“, que já reuniu 1.300 assinaturas em poucas horas.
#ForTheMusic
“Todos os relatos que saem de mulheres que foram abusadas sexualmente na indústria pelas mãos de homens poderosos realmente me fizeram perceber como a cena realmente é uma merda. Fechamos os olhos, permanecemos em silêncio e deixamos as coisas continuarem como sempre foram por muito tempo. Rebekah escreve em seu post no Instagram.
A DJ inglesa sempre esteve na vanguarda na promoção das mulheres e da comunidade LGBTQIA+ mas hoje se indigna por não poder calar-se sobre este assunto, quando estas pessoas são “confrontadas com o sexismo, o assédio e pior, agressão e estupro.”
Ao lançar esta petição e a #ForTheMusic, Rebekah apela à indústria para ser “mais responsável pelas suas mudanças”, “cuidar dos nossos mais vulneráveis” e “denunciar os autores destes abusos”. Após 24 anos de carreira, lamenta que ainda hoje “muitos permaneçam calados por medo de represálias.”
Os participantes são incentivados a imprimir o pôster #ForTheMusic (ou criar o seu próprio) e postar uma foto em preto e branco de si mesmos.
Uma petição é lançada
A petição lançada nesta quarta-feira, 23 de setembro, vem acompanhada de uma carta aberta, comovente, onde Rebekah conta o que viveu. “Eu tenho que lidar com o sexismo o tempo todo enquanto toco meu set. Estou dizendo isso porque não é a primeira vez que tenho que desviar de mãos na cabine do DJ que insistem em tentar sistematicamente tocar lugares não consentidos por todo o meu corpo, quando não estou fazendo mais nada do que tentar terminar meu serviço graciosamente. (…) Estou dizendo isso porque não é a primeira vez que tento falar para o segurança que quando vou dançar no show desta noite, o cara atrás de mim, para quem eu tive que dizer não quatro vezes, me seguiu para fora da sala e acabou indo para casa.“
Desde então, muitos artistas aderiram ao movimento, compartilhando a petição em suas redes, como Amelie Lens, Charlotte de Witte, Dave Clarke, Hadone e muitos outros.
Uma conta oficial do Instagram também foi lançada, e um site deve ser lançado em breve. Encontre a carta aberta completa e a petição online neste link.
Fonte: Durevie Paris.