#ForTheMusic: Rebekah lança petição para denunciar agressões e assédio na música

A DJ inglesa Rebekah lançou #ForTheMusic esta semana, junto com uma petição online. O objetivo: denunciar o assédio e a agressão sexual na indústria da música e “quebrar o silêncio”

Desde os casos que revelaram agressões sexuais cometidas por Erick Morillo, Derrick May ou Moha La Squale e Romeo Elvis, a cena musical está se intensificando e gradualmente se juntando ao movimento #MeToo.

Para quebrar o silêncio, a DJ inglesa Rebekah criou uma petição no Change.org intitulada “Carta aberta à indústria da dance music à luz de alegações de agressão sexual e estupro“, que já reuniu 1.300 assinaturas em poucas horas.

#ForTheMusic

“Todos os relatos que saem de mulheres que foram abusadas sexualmente na indústria pelas mãos de homens poderosos realmente me fizeram perceber como a cena realmente é uma merda. Fechamos os olhos, permanecemos em silêncio e deixamos as coisas continuarem como sempre foram por muito tempo. Rebekah escreve em seu post no Instagram.

A DJ inglesa sempre esteve na vanguarda na promoção das mulheres e da comunidade LGBTQIA+ mas hoje se indigna por não poder calar-se sobre este assunto, quando estas pessoas são “confrontadas com o sexismo, o assédio e pior, agressão e estupro.” 

Ao lançar esta petição e a #ForTheMusic, Rebekah apela à indústria para ser “mais responsável pelas suas mudanças”, “cuidar dos nossos mais vulneráveis” e “denunciar os autores destes abusos”. Após 24 anos de carreira, lamenta que ainda hoje “muitos permaneçam calados por medo de represálias.”

Os participantes são incentivados a imprimir o pôster #ForTheMusic (ou criar o seu próprio) e postar uma foto em preto e branco de si mesmos.

Ver essa foto no Instagram

After all the reports coming out from women who have been sexually assaulted in the industry at the hands of powerful men had really made me analyse the scene and how it really is fucked up. We have turned a blind eye, stayed silent and let things carry on how they have always been for far too long. ???????? After deciding I would like to mentor people to help bring them in to the industry it became apparent I was unable to do this unless I stood up and tried to fight to make the industry a safer place all round. How can I mentor women and members of the LGBQT++ community, knowing they will face sexism, harassment and at worst, assault and rape and stay silent on this issue. ???????? We have a great opportunity to now assess what kind of industry we want to return to when it opens back up, what kind of people we place in these powerful positions and how we can we make clubs, festivals and after parties a safer place. ???????? We all must be accountable and speak up about the abusers, allow people the benefit of the doubt when claiming abuse, as many stay silent for fear of retribution. To really look out for one another in our venues and parties. ???????? So with this I’m asking you to read and sign an open letter on change.org asking the industry to be accountable to make changes, to look out for our most vulnerable because after 24 years in this industry I see we have made little to no progress in ending the culture of silence. ???????? Will you stand with me? #ForTheMusic ???????? Link is in the biog ☝????☝????☝???? And if you’re tagged, I know ???? you are in it #ForTheMusic and asking you to stand with me and share the message, together we are stronger ???? To join the campaign, download the poster #ForTheMusic or create your own and share a b/w photo with the reasons to end the culture of silence and why you are #ForTheMusic and please share the link http://chng.it/rZG6TC9Z

Uma publicação compartilhada por Rebekah (@djrebekah) em

Uma petição é lançada

A petição lançada nesta quarta-feira, 23 de setembro, vem acompanhada de uma carta aberta, comovente, onde Rebekah conta o que viveu. “Eu tenho que lidar com o sexismo o tempo todo enquanto toco meu set. Estou dizendo isso porque não é a primeira vez que tenho que desviar de mãos na cabine do DJ que insistem em tentar sistematicamente tocar lugares não consentidos por todo o meu corpo, quando não estou fazendo mais nada do que tentar terminar meu serviço graciosamente. (…) Estou dizendo isso porque não é a primeira vez que tento falar para o segurança que quando vou dançar no show desta noite, o cara atrás de mim, para quem eu tive que dizer não quatro vezes, me seguiu para fora da sala e acabou indo para casa.

Desde então, muitos artistas aderiram ao movimento, compartilhando a petição em suas redes, como Amelie Lens, Charlotte de Witte, Dave Clarke, Hadone e muitos outros.

Uma conta oficial do Instagram também foi lançada, e um site deve ser lançado em breve. Encontre a carta aberta completa e a petição online neste link.

Fonte: Durevie Paris.