Woman’s Got The Power

Pense em uma #MulherEmpoderada, guerreira, cheia de luz e talento! Pensou? Agora imagine tudo isso em DJ SET? É assim que Liza Rodriguez trabalha e encanta todo o seu público nas principais festas LGBTQI+ do Brasil e agora do mundo.

Este foi o ano em que ela conseguiu expandir todo o seu talento para fora do Brasil e em muitas cidades brasileiras que ainda não tinha levado o seu som com muitas batidas fortes, dentre os estilos house, progressive house e tribal, passando sempre uma energia positiva, estampando o seu sorriso único e muita animação com seu público cativo. #ParabensSuaLinda

Eu ressignifiquei minha vida, e hoje direciono a carreira em prol de ter uma qualidade de vida melhor, levando música com alegria para todas as pessoas.” Liza Rodriguez

Liza é residente da VIC (@victoriahausbsb), em Brasília, e também da VIVA (@vivabaofficial), em Buenos Aires, Argentina. E ela nos deu a oportunidade de contar um pouco mais sobre sua carreira, em uma entrevista mega exclusiva para DJane Mag Brasil.

Liza, conte pra gente quando você percebeu que seguiria o caminho da música?

Desde criança eu sempre gostei de ouvir música, tinha um toca discos em casa e minha brincadeira favorita era passar o dia ouvindo meus discos de vinil. Fiz aulas de violão, trompete e até tinha uma banda de garagem na pré adolescência. Nesta época eu já pesquisava e montava acervos de pastas no computador com diferentes estilos musicais. Depois de adulta  passei a frequentar algumas festas do segmento eletrônico e dali decidi aprender mais sobre o estilo. Me matriculei em uma escola de DJs a Prodeejay em Brasília e finalmente me encontrei.

Pensou em seguir outra profissão?

A paixão pela música me motivou a fazer o curso mas eu jamais imaginei seguir carreira. Já trabalhei com TI, Comunicação Social e também com Chefia Administrativa. Com o passar dos anos, fui aperfeiçoando o meu trabalho e as coisas automaticamente foram acontecendo, hoje tenho muito orgulho da minha profissão de DJane, mas nada impede que também trabalhe em outros setores.

Você teve apoio familiar no início de tudo?

Bom no momento que comecei a viajar, existia uma preocupação maior por parte deles, mas ao mesmo tempo existia um incentivo para que eu fosse atrás do meu futuro. Eles respeitam minhas decisões.

Você escolheu o caminho da cena LGBTQI+ por qual motivo?

Infelizmente existe um preconceito por parte da sociedade com os profissionais que atuam na noite. É um trabalho como qualquer outro, que exige, comprometimento, estudo, dedicação. Moro em um país que a cultura é machista e FELIZMENTE a cena LGBTQI+ me acolheu muito bem, sem questionar a minha orientação sexual.

O que você tem a dizer sobre a diferença de cache da mulher DJ, e também da diferença na cena LGBTQI+?

Bom isso vai de cada contratante, mas o valor do meu trabalho jamais  pode ser atribuído ao fato de ser mulher. A igualdade tem que ser pra todos, afinal cada um tem seu mérito, investimento pra estar ali. Eu já ouvi comentários do tipo, “homens tocam melhor que mulheres” e isso foi na cena LGBTQI+, e mais uma disputa de ego creio eu, por isso reafirmo que vai de contratante para contratante.

Na sua opinião porque poucas DJanes seguem o caminho de produção de músicas?

A mulher esta cada vez mais independente e tendo mais responsabilidades pra si. Tem que cuidar de casa, trabalhar, criar filhos sozinha e com isso acaba não sobrando nem tempo e nem faturamento para investir no curso de produção.

Quais são os artistas que te inspiram e te dão referências no seu trabalho?

Existem muitos, eu prefiro não citar nenhum nome para não me comprometer aqui, em geral eu conheço a maioria e eles são ciumentos, se não citar alguém já viu, rsrsrs mas posso dizer que os nossos Produtores Brasileiros, ocupam o ranking dos top 10.

Certamente, um dos maiores obstáculos que você teve em sua vida foi o tão temido câncer, mas você foi muito guerreira e serviu de grande inspiração para muitas pessoas que passam ou conhecem alguém que estão passando por isso. De onde você tirou forças para seguir de cabeça erguida?

Eu sempre ouvia histórias horríveis sobre o Câncer, com finais tristes e como algo abominável. Em Julho de 2018 eu estava voltando de uma tour internacional, meu corpo estava  apresentando alguns sinais de fraqueza mas eu pensei que fosse o ritmo das viagens até que precisei ficar internada por uma semana, e foi quando recebi o 1 diagnóstico. Faltava ainda me submeter a uma biópsia que confirmasse o caso, mas ali eu a tinha certeza que minha vida mudaria pra sempre. A primeira coisa que pensei, eu quero VIVER. Durante a 1 cirurgia, eu tive uma complicação e acabei indo parar na UTI, quando acordei me dei conta do que realmente estava acontecendo. O Câncer não é o fim do mundo, era o início de tudo, foi dali que eu acordei para as coisas que realmente importam, e passei a encarar tudo de uma nova forma, principalmente o meu trabalho como DJ, que precisa de muito amor e uma entrega de coração. Tenho 6 anos de carreira, meu público merecia saber o que se passava, decidi tornar minha historia publica nas redes e recebia uma corrente muito positiva de todo mundo. Durante as sessões de Quimioterapia e Radioterapia eu recebia visitas, orações, e tudo isso foi importante no meu processo de cura. Parte da força vinha do meu público e quando finalmente recebi o diagnostico de cura, claro que isso foi celebrado em grande festa com eles. Eu ressignifiquei minha vida, e hoje direciono a carreira em prol de ter uma qualidade de vida melhor, levando música com alegria para todas as pessoas.

O que podemos esperar para este último trimestre de 2019?

Este definitivamente ate agora foi o ano da minha vida. Eu além de me curar de um câncer pude realizar o sonho de tocar no maior festival de musica eletrônica LGBTQI+ do mundo na Grécia, então até o final do ano pretendo cumprir a agenda de shows e em 2020 dar início ao curso de produção.

Muito obrigado Liza!

Sigam @djlizarodriguez e fiquem sabendo o que rola e o que vem por aí.